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Pinacoteca do Estado exibiu obra de José Spaniol: "Tiamm Schuoomm Cash"


O artista plástico e professor José Spaniol criou no octógono da Pinacoteca de São Paulo a sua obra.

 

Como já é marcante em sua carreira, a instalação tem como tema onomatopéias, neste caso ligadas ao mar, já que a obra compõe-se de dois barcos flutuando em ondas, compostas por bambus entrelaçados.


O nome do trabalho: TIAMM SCHUOOMM CASHSH, sons que o mar produz nas suas profundezas e nas margens que recebem estas duas naves que, como define o próprio Spaniol, simbolizam uma ancoragem. Perguntamos: onde?

Nesta criação que foi inaugurada em março de 2017, Spaniol trabalha com os materiais e suas propriedades; a madeira foi cortada, montada e envernizada para criar os dois barcos, já o bambu está com sua textura natural.


Os dois materiais dialogam com o espaço do octógono, que é famoso pelos seus tijolos centenários naturalmente à mostra. E a luz que entra pelo telhado de vidro, sem filtros, transforma o trabalho de acordo com o período do dia, multiplicando formas, alongando sombras, reflexos e agindo diretamente na superfície da obra, que necessariamente se modificará no percurso da exibição.


Elucidativo da gênese da obra é o desenho número um, que coloca junto e em sequência: a casa, o sino, a tempestade. Uma trilogia fundamental na obra de José Spaniol.

Esboço dos projetos

A casa lembra a instalação Mirante, de 1997, realizada no terreno da fábrica Matarazzo, dentro do Arte Cidade, e que utilizou a terra do local para construir em taipa as quatro paredes de quatro metros que formavam um quadrado e deixavam ver o céu e os arredores, pelas frestas nos cantos da construção.


O sino liga-se ao Tímpano, instalação criada em taipa, em 2009 na Capela do Morumbi, São Paulo, ela mesma construída em taipa no século XVI.


E finalmente a figura de A tempestade revela-se como um barco sustentado por um mar de bambus, ou troncos, que agora se realiza. Em todas elas permanece com fio condutor um elemento caro ao artista, a horizontalidade.


TIAMM SCHUOOMM CASHSH dialoga também com outras produções do artista, como a obra Ascensões, de 2010, que se constituía de armários de sacristia erguido por troncos de eucaliptos, seis por armários, que estavam colocados nos cantos de uma sala completamente branca, do Mosteiro de São Bento de São Paulo, na mostra Arte e Espiritualidade.


Nas duas obras somos içados para outra dimensão e nela devemos nos instalar, de dentro dos dois barcos deveremos fechar os olhos e ouvir o som que a obra carrega consigo- tiamm schuoomm cashsh.


Veja a montagem em andamento:

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